Par Alphonse Allais:
"Par les bois du djinn où s'entasse de l'effroi,
Parle et bois du gin ou cent tasses de lait froid"
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quarta-feira, 13 de agosto de 2008
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Crônicas do Tédio 01
Não era ainda nem seis horas da manhã quando, na inquietude de um sono turbulento, seus olhos encararam o teto iluminado pela luz dos postes na rua, que entravam pelas frestas da janela. O sol demorava pra nascer naqueles dias-todos-iguais de inverno. Uma hipnose terrível atormentada por pensamentos vagos de quem está cansado de pensar.
Sentia-se preso a cama. Sabia que precisava levantar, mas precisava reunir tantas forças, e não havia nenhum motivo que o encorajasse. Mais um dos dias-todos-iguais. Fazia tempo que não tinha um dos dias bons, e a lembrança destes dias servia tanto para reunir forças quanto para afundar-se cada vez mais numa personalidade estranha e taciturna.
Ficou lá, encarando o teto, até que o despertador começou a emitir seu som irritante. Foi a irritação que o fez levantar. Seis e meia, pensou, e apertou com vontade aquele objeto, cessando a sua emissão de sons enlouquecedores.
A seguinte descrição de fatos aparentemente inúteis não são tão inúteis assim, pois descrevem bem a terrível sensação de tédio e desânimo pelo qual estava passando. Pois, calçou seus chinelos, tão obsessivo-compulisvamente dispostos ao lado da cama. Levantou-se. Caminhou até a porta, de onde puxou a toalha de banho que por cima dela repousava. Dirigiu-se ao banheiro. Abriu o chuveiro.
O choque da água quando tocou seu corpo o fez despertar. Revisou seus planos para o dia em pensamento. Nada de diferente. Só mais um daqueles dias-todos-iguais.
Se assustou ao deparar por acidente com a sua imagem refletida no espelho embaçado do banheiro. Como sou patético, pensou ele, tentando desviar o olhar daquela imagem que refletia não apenas a sua aparência física, mas como ele se sentia por dentro. Mas, da mesma forma quando tentamos desviar o olhar de uma coisa desagradável, e no entanto, somos cada vez mais atraídos por impulso masoquista a encarar aquilo, ele não consegui desviar o olhar. Encarou fixamente seus próprios olhos, até que chegou a um nível em que a tristeza crescera tanto dentro do seu peito, se tornara palpável.
Bloqueou. Aliás, que artifício magnífico esse, de "bloquear" o que é desagradável! Mostra muito bem a natureza fraca humana, que ao mesmo tempo que é impelida a encarar o que lhe é desagradável, é também persuadida a simplesmente "bloquear" o que se torna incômodo, jogando aquilo para o seu subconsciente. Nós simplesmente deixamos de enxergar o óbvio para evitar problemas, situações difíceis e desagradáveis, tentando de uma maneira infantil manter um status quo que já se perdera há muito. E sempre nos esquecemos de que são justamente as dificuldades e problemas que nos fazem crescer.
Terminou de se arrumar, pronto para encarar mais um dia de tédio e marasmo. Tinha recuperado parte da sua harmonia pessoal falha e de sua resignação, quando o telefone tocou. Mal sabia ele que agora não haveria mais jeito de bloquear ou desviar o olhar. Os fatos que sucederam o forçaram a abandonar aquele status quo, e se lançar em algo diferente, que o mudaria de forma substâncial. Iria se tornar uma nova pessoa. E independentemente do caminho tortuoso e difícil que ele está prestes a tomar, ele jamais se arrependerá disso.
E é justamente dessa mudança sublime e avassaladora que iremos tratar nesta história.
Sentia-se preso a cama. Sabia que precisava levantar, mas precisava reunir tantas forças, e não havia nenhum motivo que o encorajasse. Mais um dos dias-todos-iguais. Fazia tempo que não tinha um dos dias bons, e a lembrança destes dias servia tanto para reunir forças quanto para afundar-se cada vez mais numa personalidade estranha e taciturna.
Ficou lá, encarando o teto, até que o despertador começou a emitir seu som irritante. Foi a irritação que o fez levantar. Seis e meia, pensou, e apertou com vontade aquele objeto, cessando a sua emissão de sons enlouquecedores.
A seguinte descrição de fatos aparentemente inúteis não são tão inúteis assim, pois descrevem bem a terrível sensação de tédio e desânimo pelo qual estava passando. Pois, calçou seus chinelos, tão obsessivo-compulisvamente dispostos ao lado da cama. Levantou-se. Caminhou até a porta, de onde puxou a toalha de banho que por cima dela repousava. Dirigiu-se ao banheiro. Abriu o chuveiro.
O choque da água quando tocou seu corpo o fez despertar. Revisou seus planos para o dia em pensamento. Nada de diferente. Só mais um daqueles dias-todos-iguais.
Se assustou ao deparar por acidente com a sua imagem refletida no espelho embaçado do banheiro. Como sou patético, pensou ele, tentando desviar o olhar daquela imagem que refletia não apenas a sua aparência física, mas como ele se sentia por dentro. Mas, da mesma forma quando tentamos desviar o olhar de uma coisa desagradável, e no entanto, somos cada vez mais atraídos por impulso masoquista a encarar aquilo, ele não consegui desviar o olhar. Encarou fixamente seus próprios olhos, até que chegou a um nível em que a tristeza crescera tanto dentro do seu peito, se tornara palpável.
Bloqueou. Aliás, que artifício magnífico esse, de "bloquear" o que é desagradável! Mostra muito bem a natureza fraca humana, que ao mesmo tempo que é impelida a encarar o que lhe é desagradável, é também persuadida a simplesmente "bloquear" o que se torna incômodo, jogando aquilo para o seu subconsciente. Nós simplesmente deixamos de enxergar o óbvio para evitar problemas, situações difíceis e desagradáveis, tentando de uma maneira infantil manter um status quo que já se perdera há muito. E sempre nos esquecemos de que são justamente as dificuldades e problemas que nos fazem crescer.
Terminou de se arrumar, pronto para encarar mais um dia de tédio e marasmo. Tinha recuperado parte da sua harmonia pessoal falha e de sua resignação, quando o telefone tocou. Mal sabia ele que agora não haveria mais jeito de bloquear ou desviar o olhar. Os fatos que sucederam o forçaram a abandonar aquele status quo, e se lançar em algo diferente, que o mudaria de forma substâncial. Iria se tornar uma nova pessoa. E independentemente do caminho tortuoso e difícil que ele está prestes a tomar, ele jamais se arrependerá disso.
E é justamente dessa mudança sublime e avassaladora que iremos tratar nesta história.
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Meu Sonho - Álvares de Azevedo
Disseram-me que a minha poesia (Cavaleiro Errante), fazia lembrar esta. Realmente, faz lembrar pois faz menção a um cavaleiro, no entanto esta é uma busca pelo eu, e a minha tem a ver com uma busca pelo seu lugar. Mas, realmente, conexas tacitamente pelo inconsciente coletivo (pois não conhecia essa poesia) . Mas que bom que conheci, pois é linda, e vale a pena a leitura: Meu Sonho |
Eu
Cavaleiro das armas escuras,
Onde vais pelas trevas impuras
Com a espada ensangüentada na mão?
Por que brilham seus olhos ardentes
E gemidos nos lábios frementes
Vertem fogo do teu coração?
Cavaleiro, quem és? O remorso?
Do corcel te debruças no dorso...
E galopas do vale através...
Oh! Da estrada acordando poeiras
Não escutas gritar as caveiras
E morder-te o fantasma nos pés?
Onde vais pelas trevas impuras,
Cavaleiro das armas escuras,
Macilento qual morto na tumba?...
Tu escutas... Na longa montanha
Um tropel teu galope acompanha?
E um clamor de vingança retumba?
Cavaleiro, quem és?- que mistério,
Quem te força da morte no império
Pela noite assombrada a vagar?
O Fantasma
Sou o sonho da tua esperança,
Tua febre que nunca descansa,
O delírio que te há de matar!...
Álvares de Azevedo
Com a espada ensangüentada na mão?
Por que brilham seus olhos ardentes
E gemidos nos lábios frementes
Vertem fogo do teu coração?
Cavaleiro, quem és? O remorso?
Do corcel te debruças no dorso...
E galopas do vale através...
Oh! Da estrada acordando poeiras
Não escutas gritar as caveiras
E morder-te o fantasma nos pés?
Onde vais pelas trevas impuras,
Cavaleiro das armas escuras,
Macilento qual morto na tumba?...
Tu escutas... Na longa montanha
Um tropel teu galope acompanha?
E um clamor de vingança retumba?
Cavaleiro, quem és?- que mistério,
Quem te força da morte no império
Pela noite assombrada a vagar?
O Fantasma
Sou o sonho da tua esperança,
Tua febre que nunca descansa,
O delírio que te há de matar!...
Álvares de Azevedo
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
O Cavaleiro Errante
O vento sopra na fria noite
canções de outrora em seu
pálido semblante
com suave força, seu gélido açoite
faz tremer os dentes do Cavaleiro Errante
Por vastas Planícies
e imponentes Montanhas
ele vaga pela Terra
com o Vento a soprar
E seu som, como diz-se
aquece suas entranhas.
Na colina se prostra
cansado de errar.
Crepúsculo que avança
na colina a beira-mar
mira o cavaleiro errante.
Ao sabor do vento dança
o fogo a crepitar.
Em suas veias, seu sangue
ouve o rufar da Terra
e começa a ferver
E do vento agora sopram
vozes e música
que fazem a Terra tremer
Dança, agora
o Cavaleiro Errante
com sua espada fincada no chão
Na noite rubra
a magia da hora
faz transbordar-lhe a paixão
Dança, pois,
Cavaleiro Errante,
achaste teu lugar.
O Vento diz quem sois
e sobre a Terra rufante
não vais mais errar.
canções de outrora em seu
pálido semblante
com suave força, seu gélido açoite
faz tremer os dentes do Cavaleiro Errante
Por vastas Planícies
e imponentes Montanhas
ele vaga pela Terra
com o Vento a soprar
E seu som, como diz-se
aquece suas entranhas.
Na colina se prostra
cansado de errar.
Crepúsculo que avança
na colina a beira-mar
mira o cavaleiro errante.
Ao sabor do vento dança
o fogo a crepitar.
Em suas veias, seu sangue
ouve o rufar da Terra
e começa a ferver
E do vento agora sopram
vozes e música
que fazem a Terra tremer
Dança, agora
o Cavaleiro Errante
com sua espada fincada no chão
Na noite rubra
a magia da hora
faz transbordar-lhe a paixão
Dança, pois,
Cavaleiro Errante,
achaste teu lugar.
O Vento diz quem sois
e sobre a Terra rufante
não vais mais errar.
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